Sintect/SC comemora 34 anos de luta em defesa dos Ecetistas
Entidade comemora sua fundação numa época que era proibido protestar por melhores condições de trabalho
O regime militar é o período que antecedeu a volta da democracia no Brasil.
A expansão deste sistema de governo ocorreu com a fase do autoritarismo entre 1964-1974 e depois com a abertura política entre 1974-1985.
O sistema partidário do país foi extinguido pelo AI-2, que determinou o fim dos partidos políticos.
Entretanto, foi permitida a formação de dois novos partidos: a ARENA Aliança Renovadora Nacional), que apoiava o governo, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro).
A ARENA era amplamente majoritária no Congresso e dispunha de total apoio oficial do governo.
Ao mesmo tempo, o MDB estava permanentemente ameaçado de ter seus deputados e senadores cassados.
Apesar da repressão e da censura à imprensa, entre a opinião pública já aumentava a resistência à ditadura.
Muitos se aliaram ao MDB como forma de resistência ao controle nacional por parte dos militares.
A luta armada de guerrilhas urbanas fortaleceu o regime, pois criou o ambiente favorável para a utilização de métodos cruéis no combate aos opositores do governo.
A permanência dos militares no poder resultou em atitudes cada vez mais violentas por parte do regime.
O governo militar concedeu incentivos fiscais e isso favoreceu novos investimentos por parte de empresários brasileiros.
O período do milagre foi, habilidosamente, explorado pelos governos militares, por meio de grandes propagandas em prol do regime.
Nessa época foram construídas obras públicas faraônicas, como a Transamazônica, a ponte Rio-Niterói e a Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Apesar do crescimento ter de fato ocorrido, em poucos anos a economia brasileira entrou em declínio e o milagre econômico acabou.
A classe média, que durante o milagre podia comprar automóveis, televisão a cores e equipamentos de som, passou a ter que fazer filas nos supermercados e açougues para comprar alimentos.
Uma das causas para o fim do milagre foi a falta de preocupação com os aspectos sociais do país.
O crescimento não trouxe desenvolvimento porque a esmagadora maioria dos brasileiros não foi beneficiado pela economia.
Os mais ricos ficaram ainda mais ricos, enquanto os mais pobres permanecem na pobreza.
A partir da crise do petróleo de 1973, as nossas exportações caíram.
Seria necessário um grande mercado interno para que as indústrias brasileiras continuassem a vender seus produtos.
Com isso, a classe média não tinha mais condições de consumir a grande quantidade de produtos que entrava diariamente no mercado.
E os trabalhadores que nunca tiveram condições de consumir esses bens de consumo, não poderiam fazê-lo agora, por causa dos baixos salários.
As consequências dessa queda de consumo foram o arrocho salarial da classe média e o desemprego com inflação galopante e uma alta dívida externa.
O regime militar recorreu a uma intensa privatização do Estado, na tentativa de deslocar os prejuízos da recessão para o setor privado.
A sociedade civil estava cansada da falta de liberdade política.
O governo optou por promover a abertura política para dar condições ao regime de sobreviver em uma época de dificuldades políticas e econômicas.
A repressão policial aos poucos diminuiu, os atos institucionais foram suspensos.
O movimento estudantil se reorganizou, o sistema eleitoral foi democratizado, a imprensa se libertou da censura, os exilados e presos políticos foram anistiados.
Assim, foi permitida a formação de novos partidos políticos.
No ano de 1980, foi aprovada uma emenda constitucional (emenda constitucional nº 15, de 1980) que restabelecia as eleições diretas para governador.
No feriado do dia do trabalho, militares ligados aos órgãos de repressão tentaram, sem sucesso, explodir uma bomba em um show que contaria com a presença de grandes nomes da música popular.
Esse episódio contribuiu muito para o desgaste do governo, inclusive entre os próprios militares.
A oposição se intensificou com a campanha das Diretas Já.
A participação popular nas Diretas Já foi imensa, de modo que até hoje é considerado um dos maiores movimentos de massas já visto na história do Brasil.
Neste contexto, no dia 8 de dezembro de 1988, foi criado o Sintect/SC.
Os sindicatos nascem como entidades para representar diversos âmbitos da sociedade e para garantir os direitos dos trabalhadores.
A Constituição Federal de 1988 prevê em seu artigo 8º o direito à livre associação profissional ou sindical, desde que observados alguns requisitos, como por exemplo a proibição de interferência ou intervenção do Poder Público na organização sindical.
Outro exemplo é a não obrigação de nenhum profissional a filiar-se ou se manter filiado no sindicato de sua categoria.
A principal atribuição de um sindicato é representar seus filiados nos mais diversos interesses trabalhistas.
Além disso, as entidades sindicais se preocupam com a condição social dos trabalhadores enquanto cidadãos.
PARABÉNS AO SINTECT/SC E A TODOS AQUELES QUE DE ALGUMA FORMA CONTRIBUÍRAM PARA CONSTRUÇÃO DE UMA ENTIDADE REPRESENTATIVA, NUM PERÍODO MUITO DIFICIL DA HISTÓRIA DO BRASIL, E DA QUAL NÃO SENTIMOS SAUDADES E LUTAMOS TODOS OS DIAS PARA NUNCA MAIS VOLTAR.