Sintect/SC questiona posicionamento da direção dos Correios ao anunciar que para reforçar os investimentos terá de cortar direitos
Por trás do discurso de economia e investimento, o que se vê é uma nova ofensiva contra os direitos históricos da categoria.
É com profunda preocupação a direção do Sintect/SC, trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, receberam o comunicado do presidente dos Correios, no último dia 12/5, onde apresenta uma série de medidas supostamente voltadas para garantir a “eficiência” e a “sustentabilidade financeira” da estatal.
Clique aqui para obter informações sobre as ações que o sindicato está tomando em relação a este assunto.
Por trás do discurso de economia e investimento, o que se vê é uma nova ofensiva contra os direitos históricos da categoria.
Como pode uma empresa se dizer comprometida com o fortalecimento do serviço público e, ao mesmo tempo, impor a suspensão das férias, a redução de jornada com corte salarial, o retorno compulsório ao trabalho presencial e o enxugamento de quadros com o PDV?
A resposta é simples: querem fazer caixa às custas do sacrifício dos trabalhadores.
A suspensão das férias — um direito constitucional — demonstra o total desrespeito com o bem-estar e a saúde mental de quem carrega essa empresa nas costas.
A convocação para o retorno ao presencial ignora as realidades regionais e a eficácia dos modelos híbridos, adotados com sucesso durante anos.
A proposta de novos planos de saúde surge num momento em que nem o plano atual está garantindo atendimento adequado.
Um exemplo grave é o do companheiro Renato Ramos, dirigente da Secretaria de Política Sindical, que precisou adiar uma cirurgia cardíaca de emergência porque o plano de saúde atual não autorizou o procedimento.
Trata-se de uma violação inaceitável ao direito à saúde e à vida.
Reduzir jornada e salários sob o pretexto de “ajuste” não é incentivo, é ataque.
É transferência da responsabilidade pela crise para quem menos contribuiu para ela.
Enquanto isso, nada se fala sobre revisão de contratos com grandes fornecedores, altos cargos comissionados ou auditorias independentes nos gastos da alta gestão.
A promessa de R$ 1,5 bilhão em economia em 2025 soa como uma meta friamente calculada, mas sem qualquer sensibilidade social.
Não se investe em uma empresa pública enfraquecendo seu maior patrimônio: os seus trabalhadores.
Diante deste cenário, é urgente a mobilização da categoria.
O fortalecimento dos Correios não virá do corte de direitos, mas sim da valorização dos seus profissionais, da melhoria das condições de trabalho e do compromisso verdadeiro com a missão pública da empresa.